Educação & Emprego
Análise de uma década
A Educação é um dos fatores mais determinantes da carreira profissional.
Por isso, analisamos aqui como o mercado de trabalho formal mudou na década entre 2008 e 2018 com base na escolaridade dos trabalhadores.
Confira os destaques dessa análise de uma década de dados sobre o emprego.
2008
2018
Aumento da Escolaridade
O primeiro fator que podemos destacar é que houve um aumento no grau de escolaridade da força de trabalho brasileira. Enquanto que o número de pessoas empregadas passou de 39,4 para 46,6 milhões, reduziu-se de um lado o número de trabalhadores Analfabetos (de 238 para 135 mil) e com Fundamental Completo (de 5,6 para 3,9 milhões) e de outro tivemos o aumento expressivo do número de trabalhadores com o Ensino Médio Completo (de 15,2 para 22,8 milhões) e com o Superior Completo (de 6,1 para 10,2 milhões).
Também merecem destaque o número de pessoas com Mestrado ou Doutorado no mercado de trabalho que mais do que triplicou no período entre 2008 e 2018. Apesar desse aumento expressivo, esses trabalhadores representavam apenas 1,1% do mercado de trabalho em 2018.
Redução da Diferença Salarial
O segundo fator de destaque na análise realizada pode ser observado a partir da variação salarial no período. Houve uma ligeira redução na diferença de salário médio entre os trabalhadores com menores graus de escolaridade (Analfabetos, Ensino Fundamental ou Médio Completo) e os demais.
Trazendo os valores para junho de 2020, temos que o salário médio dos trabalhadores Analfabetos passou de R$1.095 para R$1.449 entre 2008 e 2018, um aumento de 32%. Tal variação acompanha o aumento do Salário Mínimo no período que foi de R$766 para R$1.045, sofrendo um aumento real de 36,4%.
Por outro lado, os trabalhadores com Superior Completo ou Doutorado perceberam uma pequena queda no valor real dos seus salários médios de R$5.951 para R$5.869 (-1,4%) e de R$11.778 para R$11.371 (-3,5%), respectivamente.
Tomando como base o salário médio de 2008 e analisando a variação a cada ano corrigida pela Inflação, temos a variação real anual do salário médio dos trabalhadores de cada nível educacional e podemos perceber melhor as flutuações ao longo do tempo.
Mudança na Matriz Ocupacional
Por fim, a distribuição por ocupação dos diferentes níveis educacionais também mudou ao longo do período de 10 anos entre 2008 e 2018. Ao analisarmos os 5 subgrupos ocupacionais que mais empregavam em 2008 e 2018, percebemos algumas mudanças interessantes.
Com relação aos trabalhadores Analfabetos, percebemos que a proporção de pessoas empregadas como Trabalhadores Agrícolas apresentou uma redução de 32 mil trabalhadores, passando de 26,3% da força de trabalho nesse grau de escolaridade para 22,1%, a maior queda desse grupo no período.
Já no nível de escolaridade Fundamental Completo, o maior aumento foi dos Trabalhadores nos Serviços de Administração, Conservação e Manutenção de Edifícios que representavam pouco menos de 10% em 2008 e chegaram à 15,1% em 2018. Ainda nesse grau de escolaridade, temos uma redução de mais de 155 mil postos de trabalho categorizados como Vendedores e Demonstradores. Esse mesmo subgrupo ocupacional cresceu em 982 mil postos de trabalho ocupados por trabalhadores com o nível de educação Ensino Médio Completo indo de 1,629 milhões em 2008 para 2,612 milhões em 2018.
Com relação aos trabalhadores com Superior Completo, a maior mudança foi a redução da representatividade percentual dos Profissionais da Medicina, Saúde e Afins que representavam praticamente 10% em 2008 passando para 6,4% em 2018. Apesar disso, o número de pessoas empregadas nesse subgrupo ocupacional cresceu em 52 mil no período.
Os trabalhadores com Mestrado ou Doutorado apresentam uma redução similar de aproximadamente 10% na representatividade dos trabalhadores classificados como Professores do Ensino Superior em cada um desses níveis educacionais. Isso mostra que houve uma maior distribuição desses trabalhadores em outras ocupações.